A HISTÓRIA DE ROMA E O RAPTO DAS SABINAS.
-
* Para melhor entender o rapto das sabinas vamos relembrar
um pouco da história de Roma; como se deu o aparecimento de Rômulo e Remo. *
...
Um trtabalho de pesquisa sobre a literatura brasileira de todos os tempos. Nicéas Romeo Zanchett
Minha lista de blogs
-
-
DOIS AMIGOS E UM URSO - Adaptação Nicéas - * Dois amigos andavam pela floresta quando, de repente, apareceu um enorme urso faminto. Um dos amigos correu, subiu imediatamente numa...
-
O EROTISMO EM FERNANDO PESSOA - *Por Nicéas Romeo Zanchett * * FERNANDO PESSOA, seguramente o mais polêmico poeta da língua portuguesa, seduz seus leitores ao entrelaçar e...
sexta-feira, 8 de abril de 2011
DOR DE DENTE - Mário de Andrade
DOR DE DENTE - Mário de Andrade
Em frente de Sousa Costa, a pretinha Marina, imóvel, se agarra com as duas mãos no banco, estarrecida, boca aberta, olhos esbugalhados, gozando. Como tinham ido ao Rio pelo noturno, esta era realmente a primeira vez que enfim Marina viajava de trem, a sua maior aspiração. Automóvel, jamais a interessara, era canja, não tinha apito. Mesmo para ir da casinha dela, na chegada de Jundiaí, para a vila Laura, foram buscá-la na Fiat, não tinha apito.
E nos seus quatorze anos, Marina guardava aquele desejo eterno com que, todos os dias de sua já longa vida, espiava os trens, trepava no barranco, os trens sublimes passando. A casa do pai dela, carapina em Jundiaí, era justo numa curva de apitar, e o apito nascera dentro dela como a suprema expressão da dignidade dos veículos.
Só uma coisa Marina ainda achava superior ao trem: ter dor de dente. Chegara a rezar a Deus pedinho que lhe mandasse uma dor de dente, nem que fosse uma dorzinha só, bem pequenina, porque achava muito lindoa gente andar com um lenço vermelho amarrado na cara. Achava lindíssimo. No tempo em que morava com a família, chegava a chorar de escondido, porque o Dito andava sempre de lenço amarrado na cara, maravilhoso, já todo banguela de tanto dentearrancado com dor. E ela com aquela dentadura branca, alvinha, sem uma dor.... Chorava.
De Mário de Andrade - Amar, Verbo Intransitivo.
Postado por Nicéas Romeo Zanchett
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário